domingo, 5 de fevereiro de 2017

Meu pequeno Campolide

Eu penso que não deva existir no mundo quem não sinta saudade do lugar onde viveu sua infância. O vínculo é quase como um laço sanguíneo. Comigo não poderia ser diferente. Sinto muita saudade do meu Campolide. Para se ter uma ideia, hoje é menor do que muitos municípios do Brasil e distrito é. É uma pequena localidade do Campo das Vertentes, que tem a cidade de Barbacena como polo e referência. i
Se hoje ainda é pequeno, dá para imaginar como era na minha infância nos idos de 70. 

Dizem que tenho uma memória muito boa. Assim, utilizando-me desse dom, que talvez eu tenha mesmo, escrevo aqui um pouco do que recordo

Muitas pessoas foram embora. Algumas não vi nunca mais. Muitos faleceram. Hoje a localidade possui muitas opções de lazer, esporte e compras, uma universidade particular com vários cursos e muitos atrativos. Mas é do velho Campolide  que a saudade corta como o aço de navalha. e
Lembro-me de uma noite em que eu me irmão Valquir, nós dois sem sono, começamos falar de  todas as casas e suas famílias, a partir do Zizo Puiatti, pois a partir dali já consideramos Colônia Rodrigo Silva, embora, oficialmente, Campolide fosse da ponte sobre o Rio das Mortes até a localidade de Conquista. Conseguíamos lembrar de todas as pessoas. Até das  crianças. Passávamos pelas casas à beira da estrada, as próximas a nossa e daquelas um pouco afastadas. 

Hoje lembrei da Velir Viol, da família Viol, que foi embora quando eu tinha 11anos. Era uma das mais bonitas de Campolide. Íamos muito a sua casa, ora para buscar leite, ora verduras e outras para o catecismo. Não sei porque o curso da Igreja, uma parte era realizado lá, com a Vera Viol e Leonice. A Velir nos cumprimentava rapidamente, mas o tempo suficiente para nao passar despercebida. Por ande anda? Essa pergunta faço em relação á várias outras daquele tempo...Aposto que não se esquecem de Campolide também e muitas dessas pessoas nem se lembram de nós. Tínhamos um amigo nissei, de nome Jorge, que não saia de nossa casa e sumiu em 1975. Foi com os pais tentar a vida em outras paragens. 

Tudo foi se acabando, como a estação de trem e a ferrovia. Sempre achei que a música Verdes Campos do meu lar, tivesse sido composta pelo Agnaldo Timóteo, para Campolide. Ledo engano. Foi para a região de Caratinga, Manhuaçu e outras. Mas ao ouvi-la eu lembrou é da nossa Maria Fumaça, que anunciava que estava quase na hora do almoço, quando  ela passava e quase na hora de meu pai chegar do trabalho quando ela voltava de Antônio Carlos.
Os horários de ônibus da velha Viação Andréa, do Zé Carlos Puiatti, que contribuiu de forma incontestável para a história do lugar, também nos mostrava as horas. Naquela época, poucos horários de ida e vinda de Barbacena. Quando estudávamos à noite, se a aula acabasse antes das 23:00 horas, sofríamos no frio esperando o ônibus, naquele tempo em que nossa região era muito fria.

Como esquecer do DER, que era uma potência, à época, com sua frota e pessoa que construía estradas  fazia manutenção delas. Crescemos falando, "caminhões do Estado".

Rio das Mortes sempre ao contrário de seu nome, dava vida ao lugar. Sem muitas opções de lugar para se nadar em Barbacena, era lá para onde o povo ia. Alguns pontos do rio, Como o 18 e Rio Fundo afluente do Rio das Mortes eram famosos de domingo a domingo. 
Os circos, não sei porque, vinham de longe e paravam lá, daí um motivos dessa saudade. O lugar era bom e animado. Em um deles, por volta de 1972, descia um cão fila, grande, com uma cestinha na boca e ia sozinho buscar pão na venda. E era um percurso considerável. Até hoje não sei como era treinado pra isso. Quando falo isso, muitas pessoas duvidam. Coisas que aconteciam em Campolide. 

O Futebol, guardadas as proporções, era como ir ao Maracanã e Mineirão assistir aos jogos do time que tinha o mesmo nome do lugar. Depois chegou o Ponte Nova e Beira Rio, mas permaneceu somente o Campolide Futebol Clube, que de Clube nunca teve nada, mas alguns jogadores que se tivessem tido oportunidade, jogariam em grandes clubes do Brasil. 
A escola! Oh saudade. Saudade da Dona Geisa, Dona Isa Helena. Por onde andam?????????.???
A venda dos Candian e Restaurante Campestre da mesma família, já reportei anteriormente, mereceu um texto à parte.
Lembro com saudades do trio que, aproveitando-se do serviço de som da igreja que alcançava toda a localidade, como uma rádio, oferecia entretenimento e informações úteis, mas o forte mesmo era a seleção de músicas lindas que tocavam. Uma delas, para quem lembra, posto aqui o vídeo. Era sempre nos finais de semana e às tardes de segunda a sexta após o trabalho. O trio ia por prazer e tinham um bordão que nunca esqueci: "RJV leva a música até você!" Raimundo, Juvenarinho e Vicente...
Por fim, não tem como esquecer das festas na Igreja, comum em todas as cidades pequenas do interior. Famílias do Jair e Altair Viol se revezavam na coordenação da Igreja e realizaram festa inesquecíveis, que merecem também um texto à parte. 


                                                

Nenhum comentário:

MINHA GIOVANA NO FEMUSA ENTREGANDO O VIOLÃO AO ARTISTA SORTEADO

MINHA GIOVANA NO FEMUSA ENTREGANDO O VIOLÃO AO ARTISTA SORTEADO
MINHA GIOVANA

MINHA DAMIRES E MINHA GIOVANA

MINHA DAMIRES E MINHA GIOVANA
PRESENTES DE DEUS

Total de visualizações de página

BRINQUEDO DE CRIANÇA!

BRINQUEDO DE CRIANÇA!
MINHA GIOVANA
Powered By Blogger