NO JAPÃO NÃO SE JOGA LIXO NO CHÃO

              TÓQUIO - A capital japonesa é uma das cidades mais limpas do mundo, mas nem adianta procurar latas de lixo nas ruas, a não ser em frente às lojas de conveniência. O lixo é um problema de cada cidadão e se desfazer dele adequadamente é lei. O certo, portanto, é levá-lo para casa e separá-lo para a coleta. A divisão dos resíduos varia de uma região para outra e pode englobar mais de dez categorias, de tampinhas a eletrodomésticos (só os pequenos aparelhos, até 30 centímetros, pois os grandes devem ser recolhidos por um serviço especial). É bastante trabalhoso. Mas funciona.

           Quando vamos chegar a esse nível de consciência ambiental e preocupação com o a coletividade? Nunca! É cultura do nosso povo. Está arraigada. Como disse um amigo meu, o Brasil tem de ser passado a limpo.
         No Rio de Janeiro onde se tentou sair à frente, com uma lei que pune com multas quem jogar lixo nas ruas, o próprio prefeito foi flagrado jogando restos de fruta para o lado. Ainda alegou que teria jogado para um assessor jogar no devido lugar. Não seria mais bonito se ele já fizesse isso. O que faço às escondidas tem que ser feito às claras também.
         Tento passar  para minhas filhas e para crianças e adolescentes dos projetos sociais dos quais participo, valores como esse de se preocupar com o próximo. Jogar lixo no local adequado também é preocupar-se com o próximo. É muito mais profundo do que apenas ser educado; gostar de limpeza. É cuidar do futuro. É cuidar do que encontramos para os nossos descendentes.
         No japão, o pouco de resíduo encontrado nas ruas é pego com uma pinça. Ruas limpas, calçadas, pátios e estradas. Como pode sermos da mesma espécie mas termos comportamentos tão diferentes? Falar que é porque somos descendentes de africanos, europeus ou dos nativos é injustos. Não dá para generalizar. Mas é necessário que se encontre uma razão para o mundo encontre um padrão de comportamento em todos os sentidos.