O
CONSOLO DE UM AMIGO
Seis horas!
Ave Maria!
O que é um homem para consolar o outro na sua dor?
Mesmo assim, muitas vezes, procuramos sair da nossa insignificância para
consolar alguém. E o que acontece? Tentamos inutilmente, e o mais que se
consegue é chorar juntos. Isso talvez na da ou quase nada adianta.
Mas pelo menos tem privilégio de mostrar que o mundo ainda não está
completamente destituído de amor; e que há momentos em que todas as vaidades
são apenas apagadas luzes à sombra da dor. Pois é na dor que conhece o ser
humano. Como é no infortúnio que se conhece os verdadeiros amigos.
Todos nós já passamos ou vamos passar por alguma provação, sentindo na
carne e desolação, o desespero e a dor do desaparecimento de um ente querido. E
se todos os temos que provar isso, é mais uma prova de que não existem os
marcados para o sofrimento. Mas quando o sentimos, não nos confortarmos e nos
colocarmos na condição de únicos infelizes no mundo. O consolo que ainda temos
é que sempre que se passa por qualquer provação encontramos alguém, um parente
ou um amigo que participa também das nossas dores.
É um consolo, um alívio ainda se poder acreditar na bondade humana; o que
nos estimula a permanecermos fortes ante a crueldade do que ingenuamente
chamamos destino.
O que é o ser humano para consolar o outro na sua dor! E quando se
tenta, as palavras se perdem nos lábios...os olhos, antes na esperança de levar
esperança, fecham-se afogados também em lágrimas...as mãos que poderiam fazer
um gesto de consolo, tombam insignificantes, nulas. Porque há momentos em que
as palavras, olhares, gestos, nada valem ante a fatalidade!
De que jeito consolar, então?
No silêncio de uma prece sincera.
Na compreensão do desespero!
Na visita constante e desinteressada!
Ah! As horas difíceis!
Nas horas difíceis apenas a prece tem o poder supremo de consolar.
Porque ela fala a linguagem muda da sinceridade, da caridade e do amor!
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