Este artigo é do meu amigo Coronel Wilalba. Uma das pessoas mais sensatas e coerentes que já conheci. E como escreve bem o Danado!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Wilalba F. Souza
27/jan/2016
Já tive oportunidade de contar, para
pessoas mais jovens, sobre as dificuldades que os funcionários públicos, há
anos passados, tinham para receber seus salários e... em dia. Além de ganhar
pouco, principalmente os policiais militares encontravam muitas dificuldades
para criar os filhos, num tempo em que ser professor compensava mais, pelo valor que lhe era dado pela
comunidade. Os mestres possuíam “status” elevado e se destacavam por sua
importante missão de educadores, num tempo em que as crianças respeitavam os
mais velhos e as escolas. Ocorre que o Brasil cresceu desordenadamente e
abandonou metas importantes que deveriam ter sido fortalecidas há décadas.
Lá pelos anos cinqüenta, até onde
alcança minha memória, e no governo de Juscelino, as escolas públicas eram
muito boas, maiores preocupações dos
dirigentes de modo geral. Professores, “recrutados” e formados cuidadosamente, eram bem
remunerados. Verdadeiros exemplos a serem seguidos. As famílias se orgulhavam
de matricular as filhas nas “Escolas Normais”. Ter uma professora em casa
constituía uma meta dos pais. Duas das minhas irmãs que fizeram isto já se aposentaram,
mas pegaram um duro e decadente momento da educação. A atividade iniciou grave
desvalorização a partir de seus salários que acabaram encolhidos de um meio
século pra cá. O país se industrializou, as cidades cresceram desordenadamente,
e as gritantes diferenças sociais fomentaram o surgimento dos bolsões urbanos
de desigualdades, advindo a eclosão da
pobreza, de favelas e incremento da criminalidade.
Os integrantes da Polícia Militar
mineira, experimentaram situação inversa, agravada a situação de segurança
pública, de modo geral, após anos e anos, meio que desvalorizados pela sociedade
que protegiam. A partir de 1.964, foram instados, por lei, a interferir com
mais meios, técnicas e propriedade. Conquistaram, paulatinamente, suportes e
vencimentos mais justos. E como foi rápido e desordenado o crescimento urbano
que inverteu a lógica anterior, de índices criminais diminutos, embora a
violência grassasse, pelo interior, via crimes contra a pessoa, decorrente de intrigas, disputa de terras, de
modo geral exercida por “pistoleiros”, a mando de fazendeiros e poderosos. No
Vale do Rio Doce os policiais que se destacavam compunham os quadros de
contingentes de captura, normalmente liderados por oficial. Quem, dos mais
velhos, não se lembra do famoso “capitão Pedro Ferreira”, caçador de bandidos lá
da região de Governador Valadares?
O abandono político da educação edo saneamento básico, para citarmos apenas dois
aspectos de nossa história, obrigou mais
investimentos em polícia que em escolas, professores e medicas básicas com a
saúde, a começar pelo saneamento. Inverteram a equação de uma maneira
complicada e não sabemos aonde vai desaguar
isto. Infelizmente! Nossos esgotos não são tratados até hoje, as escolas, salvo
raras exceções, funcionam mal! Cada vez mais gastamos com o tratamento das doenças.
Os hospitais estão entupidos, atendem mal e não dão conta, até nos grandes
centros. Um absurdo de desleixo. O nosso
Brasil, por isto mesmo, está sendo abatido por males só observados nos países
mais pobres do planeta, bastando, para isto, ver como o” Aedes egypti” anda
detonando o povão por aí! E o pior, já vão investigar o pernilongo! Será que
ele também está distribuindo Chicungunha?
Para agravar a situação, nossa economia
vai de mal a pior. Uma recessão perigosa nos atinge a todos. Então, aquele
governo federal que há poucos anos se gabava de ter dinheiro à vontade e
desperdiçou o quanto pôde e não pôde, está claudicante e afetado pela integral
falta de apoio no Congresso. Os governos estaduais e municipais também falidos,
a ponto de parar, literalmente,
inclusive com atrasos no pagamento de salários dos servidores. E ninguém
percebe que a fossa esgotou, definitivamente, e está “derramando pelo ladrão”,
tal qual a lama da Samarco, que vai virar história, sem solução; como o drama
da boate “Kiss”, que pegou fogo e vitimou mais de duzentas pessoas; como a
dengue e a tal de Zika Virus que estão ganhando a guerra pelos altos índices de
casos relatados. Assim, mesmo que o ano ainda não tenha começado, depois do
carnaval a gente não deve ter muita esperança. Há uns três anos o Brasil só
anda de marcha-ré! E nem precisa lembrar da lava-jato, do mensalão, das
pedaladas e de outras mazelas que pipocam e pipocarão por aí!
Nenhum comentário:
Postar um comentário