sábado, 23 de janeiro de 2016

POR QUÊ? - Crepúsculo da Paz - Por MORÃO FILHO.

Hora de prece, de harmonia, de perdão!
É o instante de sentir no mundo interior, o retrocesso do tempo e analisarmos o que fizemos neste dia que caminha para o seu final. É o momento em que podemos ver om a alma, a paisagem amena ou conturbada dos nossos espíritos. Sim, é o fim de mais um dia...outro dia que passa...porque tudo passa.
As folhas caem e rolam pelo chão, na tormenta dos dias.
As aves passam e deixam nas penas que caem, o vestígio da vida, de uma vida que se afasta, numa carreira louca, desenfreada, por um caminho que jamais será percorrido...porque o ara que cortam se desfaz no torvelinho das tempestades, às vezes invisíveis...
O tempo passa...tudo muda...
O que fomos...o que somos....jamais seremos novamente! E o que  somos afinal? Espuma que hoje ferve na torrente e amanhã desmaia...como bem definiu o poeta...espuma que se desfaz com um sopro...O que hoje regurgita de vida, amanhã pode tenecer...Os que hoje pulam, riem cantam...amanhã talvez já não façam! Os que choram, também amanha poderão deixar de chorar e suas lágrimas serão apenas lembranças de passagens tristes mas apagadas pelo tempo...
Sim! Nada somos realmente!
Por que então: o orgulho, as vaidades, as ilusões todas da vida, se ela própria é uma ilusão passageira?
Por que o orgulho se afasta do ser maltrapilho que lhe estende a mão, implorando uma caridade? por quê? Se amanhã os dois serão iguais nada mais que pó...Qual a Diferença, então? Nenhuma. Porque a verdadeira diferença ninguém vê: está  no intimo de cada um e só se manifesta nas virtudes, nos bons propoditos, no amor, que estão longe dos olhos materiais...que geralmente vêem somente as coisas vulgares da matéria.
Nada disso é difícil de compreender. Basta que cada um, pelo menos um minuto por dia, medite na sua condição de criatura humana.
E esta é a hora da meditação...Nessa transformação da própria natureza, podemos meditar melhor e sentirmos que, na realidade, nada somos aqui na terra. Estamos de passagem. Para uns, a estrada é mais longa, para outros, breve. Mas o fim é um só: Prepararmo-nos para outra vida...para a eternidade.

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