Essa frase tinha tudo para ser uma das mais lindas de se ouvir. Soa como um ato de gentileza, solidariedade, preocupação com o próximo ou qualquer outra coisa boa de se ouvir de um estranho, ou de alguém que se acabou de conhecer, tão logo se estacionou o carro, num determinado espaço aberto ou fechado, de qualquer cidade do Brasil. Mas infelizmente, acho que muitos brasileiro comungam comigo essa insatisfação, desconforto e chatice quando a pessoa se aproxima perguntando se pode olhar nossos carros. Na verdade, não é uma pergunta. É uma ameaça velada. "Se não deixar vou arranhar quando for pegá-lo".
Não é "privilégio" de pequenas cidades ou grandes. De Norte a Sul do País isso acontece, pelo que tenho conversado nas redes sociais ou pessoalmente. É constrangedor. As autoridades sabem quem isso incomoda e que a lei proíbe, mas parece que sentem pena dessas pessoas. Não que não queiramos ajudar, mas todos hão de concordar comigo, que é preferível, na abordagem, pedirem uma ajuda. Sei de casos em Belo Horizonte, em que o proprietário do veículo, ao retornar para pegá-lo, tendo anteriormente dito que não seria necessário, encontrou o veículo todo arranhado.
Sei de casos também, em que se juntaram vários marmanjões em volta de um outro que também não quis que tomassem contar de seu carro e o ameaçaram com armas brancas e de fogo.
Aqui na minha cidade esse inconveniente ocorre nas feiras dos sábados e domingos, próximos às igrejas mais frequentadas, campo de futebol e no Terminal Rodoviário. O problema é que na maioria desses lugares, onde podemos estacionar mais afastados, há o espaço dos taxistas, sempre desproporcional ao número de veículos destinados esse tipo de transporte...mas esse é outro problema a ser abordado em outra oportunidade.
A situação está difícil para todos. Há o desemprego nítido em todo o País, no entanto sabemos que quem quer trabalhar mesmo consegue algo digno até que apareça algo conforme sua formação ou habilidade. O que não pode é sermos reféns desses pseudos vigias de estacionamentos nos obrigando a pagar mais ainda do que já pagamos por ter um carro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário