Sempre que tenho oportunidade, mato a saudade da Rádio Barbacena, hoje filiada à Rádio Globo. Eu cresci ouvindo a emissora, acordava de manhã ouvindo antes de ir para a escola. Durante a tarde e à noite, por influência de meus pais. Nunca fui comunicador mas eu sonhava trabalhar na emissora. Enquanto só havia o rádio da casa, à noite a rádio era trocada pela Record, pois meu pai amava. Mas quando a minha mãe ficava no "comando" era a RB. Depois minha irmão foi ficando adolescente, lógico, a RB tinha programação para sua faixa etária e estilos da época. Meu outro irmão mais velho também. E olha que, naquela época havia emissoras de renome e badaladas, como Mundial e Eldorado, além das poderosas Globo, Tupi, Record e Rádio América, depois surgiu a Atalaia, cuja programação se assemelha ao que temos hoje nas rádios FM.
Com o advento da FM pensou-se que o povo queria só ouvir músicas e havia programa com músicas seguidass durantes uma hora. Logo, os comunicadores perceberam que o povo quer música, quer o calor do comunicador. Quer sentir o que o comunicador sente. Quer utilidade pública. Quer notícias e comentários. Um parêntese para o Soldado Valério que, sem nenhum curso, foi o pioneiro do noticiário policial na região. Eu tive a oportunidade de poder falar pra ele que cresci ouvindo-o e não esqueci do seu Bordão "São 12 horas. Os ponteiros apontam para o Céu".
Vou arriscar aqui, dizer alguns nomes e programas, vinhetas e bordões: Programa do Moreira Jr, que começava às 20:30 horas e ía, salvo engano, até as 23 h. Ele dizia muito: (...) e agora, só por que nós sabemos que vocês gostam, SA,SE,SI,SO SUCESSOS, pra você reviver um passado que não está tão distante assim. E só músicas lindas eram tocadas; E o programa do Mauro Filho às tardes de sábado. Ele era tão bom no que fazia, tanto na programação musical como no noticiário esportivo.
Eu me lembro muito do Adaldo Machado com seu vozeirão, de manha. O José Rubens foi e continua sendo um dos grandes. Acordava com o Armando Santiago dizendo "alô, Ponto Chique, Dona Maria pede para esperar com o cavalo no ponto que ela segue no ônibus das 08:00. O Barbosa Silva e seu programa no domingo. As missas do Padre Alvim Barroso aos domingos.
A saudade veio me visitar hoje após, um pequeno bate-papo com uma das grandes comunicadoras hoje da região, Sabrina, que compõe uma equipe não menos competente que as antigas. O Claudir José, Venceslau Brás, o Darci Emídio. Ouço todos os dias mas mas não tenho tido tempo nem oportunidade de falar para eles quanto eles são importantes para a manutenção desse meio de comunicação que nunca perderá seu lugar, haja o que houver, mude o que mudar. Antes de terminar, eu nunca vou esquecer minhas saídas para o Colégio Sete de Setembro. Meu ônibus chegava às 18:00 h, saía às 18:10 e eu descia correndo para o ponto, sempre atrasado, porque tinha que ouvir o Beraldo Rigotti com sua Prece da Ave Maria, cujas mensagens eram extraídas do livro Crepúsculo de Paz que comprei e guardo até hoje...e posso dizer que muitas mensagens trouxe para minha vida, enquanto profissional e família.
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